aikido
quando cheguei à aula de aikido, disse ao mestre ivan: “não aguentarei a aula inteira. não me esforçarei muito. não pretendo me desenvolver mais do que o mero básico. não irei à exames de faixa”. ele olhou para mim como se não houvesse ouvido direito e perguntou se eu já tinha um kimono.
de tempos em tempos ele trocava duas ou três palavras comigo sobre ir para a amarela. fiquei eternamente na branca. é claro que, por um lado, declarar tais intenções fere os desejos de qualquer mestre. por outro, é importante exercer alguma atividade em que não se almeja mais que a mediocridade. especialmente para aqueles movidos pela angústia e arroubos de motivação. deixar isso claro deve ajudar a conter as expectativas do mestre; mas não apenas. ajuda a apaziguar as contradições internas.
[dos rascunhos, novembro de 2015]
postado em 10 de janeiro de 2025, categoria crônicas : aikido, aprendizado, pedagogia