filosofia de sobrevôo #1
teeteto acaba por parir sócrates parindo a impossibilidade do empirismo na epistemologia. o velho aristóteles faz listas e, conselho do pai, procura considerar todos os casos pra achar a certa medida. nem sempre suas categorias são razoáveis, entretanto. o início escravocrata misógeno da política é uma espécie de filtro, mas por fim chegamos na democracia. e na amizade, virtuosa. mas na realidade, é por interesse. há perigo, pois é possível que alguma força faça a terra sair dos trilhos. há nos sonhos, reminiscências do dia. hobbes também o acha. é nominalista, tal como goodman. mas qual a ideia desse começo, todo “tratado do humano”, para pular abruptamente no “todos contra todos”? imaginem os escritos políticos de hobbes e rosseau como simulações, que a partir de condições iniciais chegam no que chegam. hobbes leviatã, monarquia, contrato, covenant (pacto). voltando na cronologia, temos os estóicos helenistas, sêneca o estóico hipócrita, conselheiro de todos nós: viver com virtude, aproveitar o dia produtivamente, acreditar no seu caminho, responsabilizar-se pelo que pode e aceitar o cosmos. marcus aurelius, stoic on steróids, o estóico machão, a morte, tudo morre, teu irmão, aquela moça, eu, você, o cachorro, a plantinha, o imperador, o escravo, seus amores. morte e morte. tá vendo aquela pessoa que tá lendo trocentos livros à toa? vai morrer. tá vendo aquele outro que corretamente é homem de ação, embrenhado na política, pela melhoria da sociedade? vai morrer também. [sêneca: julius canus, que extendeu seu aprendizado até a morte ela mesma, foi o que levou mais longe a busca filosófica…]. por fim, temos epictetus, estóico romano raiz, ex-escravo. mas que adianta? chatice. o que me lembra os analectos de confúcio, máximas e conversa fiada (ainda estou na seção de auto-ajuda. só mudei a pratileira de origem). família, temperança de novo, os antigos. essas coisas. vocês sabiam que maquiaveli escrevia contos? descontando, na medida do possível, o machismo de época, com o tema “esposas são piores que diabos”, há lá um sarcasmo, contra a hipocrisia da igreja, que não envelhece. e giordano bruno, ah bruno menino bruno, é só o amor… que nos une. mas é claro que há todo tipo de união, pois o desejo cria e indetermina. o universo só é o todo potência-ato no sentido atemporal. no tempo toda matéria é animada, vide os necromantes. mas não temam que, não obstante a magia, aristótolo dixit: ao observar quem dorme, saberemos se é feliz, e o mais feliz dos homems é o filósofo.
postado em 8 de agosto de 2020, categoria comentários, livros : filosofia, leituras