matando pernilongos, com muita compressão

1. todo dia de manhã pego minha raquete eletrificada e vou até a lavanderia matar pernilongos. eles gostam daquele canto, daqueles dois baldes com potes vazios de sorvete e buxas antigas, daquela humidade e frescor, da penumbra. um pequeno genocídio. vingança, diriam. outros: o pernilongo é um bicho que merece o assassínio.

2. uma vez fui a um show do dave phillips (dp) em são paulo; era um espaço mais-que-exíguo e as caixas, coladas ao ouvido. antes do vídeo show de horrores (coletânea de animais sendo mortos), músicas extremamente ruidosas, realizadas utilizando gravações de sons de insetos e animais, e aplicando níveis de compressão extremos a estas.


postado em 21 de setembro de 2014, categoria crônicas, gravações : , , , , , ,

compressão

o padrão de intensidade fonográfica hodierno (de gravações de música e sons diversos) segue ainda o imperativo: “cada vez mais alto – se a média for a máxima, então…”.

esses três pontos me preocupam: o costume certamente leva à perpetuação dele mesmo. mixo alto porque estou acostumado a ouvir um som homegeneamente alto, porque outros se acostumaram a mixar homogeneamente alto etc loop. compressão.

estava dentro. variações entre um som baixo e um som ensurdecedor. estava gravando, na casa azul, para documentação da audioinstalação / intervenção sonora / performance. isso, dia 24 de outubro de 2012. dia 25 paro uma horinha para mixar o som. parece baixo. aumento. um trecho intenso, muito. doem meus ouvidos (não é bom). lembro que estou com fones.

me ocorre possivelmente haver uma relação forte entre compressão, fones de ouvido e o paradigma de mixagem, quanto à intensidade.


postado em 25 de outubro de 2012, categoria Uncategorized : , , ,