paredão!
Paredão: a fisicalidade do som sentida, em sua complexidade, gerando uma resposta cognitiva de que trata-se de uma coisa só, que seria descrita como absolutamente estática, mas que é percebida como uma série de pequenas variações, afundamentos, afogamentos, deslocamentos de sensações. Coexistência do molar e do molecular. Se não há ninguém como Vomir pelas redondezas, a propor a experiência do solipsismo sonoro, ainda assim pensaremos na gênese (coloque um saco de lixo na cabeça e o mundo será o resultado da sua mente criando o mundo – não o pensamento, mas a percepção). No mármore já existem todas as figuras. Into the Full (Caron): seguindo Wyschnegradsky, no começo era o todo. O todo foi filtrado, fatiado, perfurado. Se o filtraram, aproximando-o de um som médio de fita k7, com ruídos de eletricidade rondando, e uma certa ansiedade existencial (“eu gostaria de poder mudar”), então ouviremos On the Floor, do álbum Heavy Metal Maniac, de Alfa Lima International.
{trecho do meu texto, no prelo, Música-Ruído e Forma: Começo de Conversa, encomendado pela revista linda, para a segunda edição impressa da mesma}
postado em 10 de setembro de 2015, categoria excertos : alfa lima international, into the full, ivan wyschnegradsky, jean-pierre caron, linda, molar, molecular, paredão, ruído, vomir, wall noise
[…] akiyama, as mercenárias, thom johnson e caroline k.. para a edição impressa, escrevi sobre noise no brasil. ademais um artigo meu, antigo e caótico foi publicado numa revista acadêmica, circundando o tal […]