ao continuar a saga envolvendo a leitura em japonês do mangá ワンパマン (one punch man – homem de um só soco), chegando ao volume 7, encontrei a expressão “haga tatanai“. o chefão da quadrilha intergaláctica da matéria escura é forte o suficiente para que Saitama, nosso herói, use uma “sequência normal de socos” ao invés de um único soco decisor, quando da luta. mesmo assim, ao final, Boros (esse é o nome de nosso rival ousado) sente-se compelido a usar a expressão. 歯が立たない, composta das palavras dente e não levantar, quer dizer: algo o qual não se coloca o dente, duro demais para mastigar, no sentido de não dar para o gasto ou ser sem chance, e não de ser osso duro de roer.
na mesma noite sonhei que haviam dentes meus podres, que estavam se desprendendo. um deles saiu grudado a um pedaço de gengiva alongado, com uma raiz ao final, completando a figura de um L orgânico e inquietante. como frutos amadurecendo, eu perdia novos dentes de leite, dentes de leite desconhecidos, dentes de leite que antes camuflavam-se como dentes permanentes.
postado em 16 de janeiro de 2024, categoria sonhos : dentes, dentes de leite, one punch man, 日本語
a bota está justa e meu pé desconfortável. mas quando tiro a meia vejo o porquê. minhas unhas do pé estão grandes. com o dedo, cavoco o meio da do dedão direito, um pouco lascada. ela cede um pouco, fazendo um buraco, daqueles incômodos. agora é realmente necessário cortar a unha. tenho um cortador no banheiro, mas será que devo corta-las na sala, jogando os pedaços no lixo verde?
tento falar com raquel stolf, para relançarmos, agora em digital, o seu excelente assonâncias de silêncios. não consigo acha-la, ou ela demora a responder o e-mail que enviei. por um acaso, surfando nas redes sociais, vejo uma postagem que indica ela publicou o dito cujo. não sei se independentemente ou via algum outro selo. quando acordo, até finalmente conseguir falar com ela (devemos relançar mesmo), me é impossível saber se foi sonho ou não.
faz meses que perdi minha caneta de tablet, provavelmente dentro de um ônibus, nessas de ficar lendo e realçando e, desatento, deixa-la por lá ao sair. mas eis que ela está aqui? estranho. será que eu havia perdido na livraria mesmo? o quão improvável é isso, de achar assim. ou só achei que tinha perdido, mas estava todo esse tempo no bolso do casaco? isso já me aconteceu antes.
acordo, e já verifico notícias no nhk easy. mas não acesso. olho o íncone da internet e há aquela exclamação que indica “sua rede pode estar indisponível”. vou à sala e realmente o modem ridiculamente ruim que a claro/net instalou encontra-se desligado. mas ora, que estranho, deveria estar piscando pelo menos em algum lugar, ele tem tantas luzinhas… só que não, e formulo a hipótese de que falta luz. se bem que há alguma sensação recôndita de que no meu quarto havia algo aceso. checo o interruptor. realmente. vou até as chaves elétricas. são duas. uma está ligada, a outra não.
postado em 10 de junho de 2020, categoria sonhos : sonhos banais
entretanto, quando fui sonhar, sonhei que estava editando um áudio no computador quando, de repente, caiu a energia. minha placa de som desligou e eu fiquei contrariado, mas logo a energia voltou. só que o programa travou, e eu fiquei me perguntando se ele tinha salvo minhas últimas alterações, pois detestaria fazê-las de novo.
antes de dormir dei uma bronca no amigo de meu colega de casa, que estava a fazer xixi de porta semi aberta. como a bronca foi dada à distância – estava irritado e indo dormir, e ninguém quer ouvir a urina pingando de outrem, foi um pouco grosseira. no sonho, era de manhã e eu me desculpava com o rai. desculpe ter dado bronca daquele jeito ontem.
chego no meu quarto e penso – vou trocar de cueca – apesar de não ir tomar banho agora, esta está suja, e eu ainda posso aproveitar pra usar uma vestimenta de baixo de cor igual a da calça, um pequeno gracejo. mas quando abro a gaveta, vejo que não há sequer uma peça lá. todas as cuecas estão sujas. penso: preciso urgentemente lavar a roupa.
postado em 24 de junho de 2019, categoria sonhos : cotidiano, sonhos banais
1. 8h30
acordei às 8 horas com o despertador tocando. procurei o despertador e o desliguei. estava com sono e queria reajustá-lo para às 8h30, então sonhei que o ajustava para às 8h30: apertava repetidamente os botões e o colocava de lado. às 8h04 acordei com o despertador tocando, modo soneca, e percebi ter sonhado que ajustava o despertador. no tempo curto que se seguiu, tentei certificar-me de que estava realmente ajustando o despertador para às 8h30 e acordado e não dormindo, porque se eu o estivesse ajustando dormindo, a chance de que eu pudesse estar sonhando ao invés de simplesmente sonambulando, parecia-me maior. e então se eu acordasse às 8h08, perceberia que o problema era ainda mais complexo e talvez fosse impossível de fato ajustar o despertador, por talvez não haver despertador e nem horário, mas apenas sonho, e sonho dentro de sonho, ainda por cima. talvez fosse, por exemplo, 6h45 e na minha cama houvesse apenas algum livro, digamos, “a viagem à terra das moscas”, e um travesseiro sobressaliente, além de meu lençol e o travesseiro babado. acordando às 8h29, bem a tempo de preventivamente desligar o despertador, às 8h30 levantei da cama.
2. 7h00
o relógio de nome alemão w alguma coisa, ou seria h?, toca ao meu lado, no leito. são 7h00; seu bipe, primeiro espaçado, depois insistente e finalmente incessante, acionou-se. giro meu corpo 180 graus, de modo que minha mãe diametralmente oposta agora é a mais apta a pressionar-lhe o topo, colocando-o em modo soneca e dando-me 5 minutos para sentar-me calmamente, afastar parcimoniosamente as cobertas, arrastar-me ao canto até meus pés balançarem para fora da cama, antes de tocarem o chão. mas há algo de estranho: ainda ouço o irritante sinal sonoro, agora já ritmado. então, acordo. de costas, com a mão mais próxima mesmo, a direita, desajeitadamente, mas sem mover meu tronco, realmente desativo o bicho. abro os olhos e fito o teto. minha mão tateia o equipamento e assim encontra e botão que desliga o despertador, função soneca e tudo. pensando, concluo que dormia mas despertara e cochilara, sonhara e finalmente redespertara.
postado em 2 de abril de 2019, categoria sonhos : despertador, horários, realidade, sonhos banais
sonhei que ia à padaria. acordei. fui à padaria.
no sonho estava em porto alegre. lamentava não ter acesso a uma bicicleta. ele havia saído com a única. eu fui a pé. a padaria era uma conveniência sem funcionários, pegue e pague. num saco havia duas pequenas baguetes de nozes, com uma etiqueta amassada dizendo cinco e pouco. em belo horizonte, procurei um pão semelhante. tinha o dobro do tamanho e aproximadamente o dobro do preço. também comprei biscoitos de polvilho e queijo.
postado em 30 de julho de 2017, categoria sonhos : baguete, belo horizonte, biscoito de polvilho, conveniência, padaria, porto alegre
sonhei que subia até o terraço de um prédio estava sozinho via um atirador de flechas com 10 flechas enfileiradas posicionadas para atirar no terraço do outro prédio as atirava as duas da extremidade caiam pra fora em toldos eu ficava preocupado é alto se cai lá embaixo alguém se machuca o artista deve ter previsto isso deve ser muito seguro saio pra explorar encontro um rapaz simpático e gordinho ah você acionou a obra na verdade estávamos apenas esperando o senhor cage terminar a palestra nossa então a disposição das flechas no outro prédio seria uma partitura eu estraguei tudo fico super envergonhado mas não tem problema dá uma risada espirituosa ele vai achar engraçado que isso eu vou buscar as flechas ele atira de novo não não não precisa mas eu vou desço viro para o complexo alimentício uma rampa uma coisa meio chinesa falo com o dono ele indica a escada de emergência subindo a plataforma mas ela dá no puro concreto sem ter por onde escalar
postado em 18 de março de 2017, categoria sonhos : arco e flecha, john cage, partituras, sonho