apresentação na mostra live cinema // 09 de setembro de 2012, 15h15, oi futuro ipanema, rio de janeiro.
i. p-blob vva // estrobos, holofotes, brinquedos, abajures, captadores. duração: 30 minutos. com participação do vj danilo barros, com filmagem ao vivo e projeção destas.
foto, filmagem, som e edição do vídeo: henrique iwao.
após um longo período desencontrado com marcelo muniz, consiguimos nos reunir para ensaiar no dia 26 de agosto de 2012 – eu, ele e danilo barros. o grupo de pesquisa mobile e o deptartamento de música da eca/usp gentilmente nos cederam o espaço (fernando iazzetta e pedro paulo kohler, agradecemos o apoio e ajuda!).
fotos por henrique iwao. (1) quando terminamos de ensaiar. (2) detalhe dos pequeno artefatos utilizados na mesa. (3) notas / esboço de um esquema estrutural para a performance.
gravei um trecho não especialmente concentrado nem eficiente de nosso ensaio. infelizmente, as mudanças devido a participação de danilo barros não ficam aparentes. vamos ver como ficará na mostra live cinema.
As cores indicam o tipo de coordenação dada pela estrutura para cada camada. A legenda diz: verde = protagonismo; vermelho = influente; azul = influenciado; amarelo = protagonismo-influente; ciano = protagonismo influenciado; magenta = neutro; branco = pausa; preto = aleatório (apenas para P-Blob VVA).
Cada unidade de tempo correspondente a um quadrado no quadro (na verdade um retângulo). Inicialmente cada camada preencheu a sua linha separadamente (sem observar as outras camadas, a princípio). Desse modo, três lógicas diferentes de preenchimento foram utilizadas (descritas abaixo). Após junção dessas três informações, correções foram feitas, com base na seguinte regra: quando há na estrutura ao menos uma camada influente, em um determinado ponto do tempo, é necessário haver ao menos uma camada influenciada nesse mesmo ponto. Cada camada tentou então minimizar os pontos problemáticos, fazendo alterações. Essas correções eventualmente levaram a uma desestabilização das lógicas inicialmente previstas pelos responsáveis de cada camada.
Sobre os dados estruturais de “P-Blob VVA”, por Henrique Iwao
Marcelo havia planejado a utilização de um sistema de cores em uma escala RGB binária (os três dígitos podem ser preenchidos apenas com os números zero ou um). Com isso, pedimos aos outros integrantes do coletivo para alterarmos as legendas de cores, de modo a representar as relações entre as camadas segundo esse modelo. O amarelo, por exemplo equivale a 110 = verde + vermelho, ou seja, legenda para “protagonismo-influente”. O magenta, 101 = vermelho + azul, gera uma legenda para neutro, ao combinar o azul (influenciado) com o vermelho (influente), em uma metáfora em que os dois se anulam, neutralizam.
Para o preenchimento dos dados estruturais de nossa camada, eu e Marcelo estipulamos algumas regras:
a) A camada deve ficar aproximadamente metade do tempo em pausa.
b) A parte A e B devem ser aproximadamente idênticas.
c) a cor preta (estrutura pseudo-aleatória: alternância randômica entre verde, azul, ciano e magenta) deve aparecer na transição entre a parte A e a parte B, implicando que a parte B seja aproximadamente igual a A, mas deslocada em algumas unidades de tempo em relação a essa, em termos de visualização da estrutura.
d) as ocorrências dos blocos verdes devem marcar seções áureas internas à parte A da estrutura, começando nos tempos 49, 79 e 127.
Além disso, para cada cor (menos branco e preto), foram estipulados duas quantidades: de unidades e de blocos (agrupamentos de unidades da mesma cor consecutivas). A quantidade de unidades foi definida a partir da razão do comprimento de onda em relação à cor vermelha (com as cores magenta e ciano substituindo valores derivados das cores violeta e laranja – arco-íris).
Legenda: cor – razão * – valor normalizado – valor final
Magenta 1.67 -> 22.8 -> 25.
Azul 1.42 -> 19.38 -> 21.
Verde 1.28 -> 17.47 -> 18.
Amarelo 1.11 -> 15.14 -> 15.
Ciano 1.06 -> 14.46 -> 13.
Vermelho 1 -> 13.65 -> 11.
A quantidade de blocos foi decidida seguindo uma ordem crescente (inspirada na seqüência de Fibonacci), seguindo a partir dos valores do sistema RGB binário: preto – 1, azul – 2, verde – 3, ciano – 6, vermelho – 11, magenta – 13, amarelo – 21, branco – x; essa determinação deveria fazer com que houvesse uma progressiva fragmentação na estruturação das cores (até chegar no branco, maximamente fragmentário).
A isso adicionou-se novas diretrizes de preenchimento, em relação à quantidade de unidades que cada bloco deveria conter, baseada em dois critérios:[abs igual] -> absolutamente igual; [fib]: derivados da série de Fibonacci.
Branco (pausa) 103u, xb -> 95u, 20b (partindo de uma seq aleatória: segundo cara ou coroa, cara significa casa branca, coroa, casa preenchida).
Preto (aleatório) xu, 1b -> 8u, 1b, na passagem entre A e B.
O sistema utilizado para determinar as ordens dos blocos de cores era baseado em fazer diversas leituras do quadro abaixo, estipulando então as ordens de ocorrência dos blocos de cor. Foram definidos cinco modos de ler a sucessão de cores:
Partindo de cima, da esquerda para a direita – az vm vd am cn vd etc.
Partindo da esquerda, de cima para baixo – az vd cn vm mg am vm am etc.
Partindo da direita, de baixo para cima – mg az cn vd am vm am mg vm cn vd az.
Partindo de cima, da direita para a esquerda – vm az am vd vd cn cn vm az mg mg am.
Partindo da direita, de cima para baixo – vm am vd cn az mg az vd cn vm mg am.
As sobras eram alternâncias de magenta e amarelo. Uma vez que uma cor não tinha mais blocos para preenchimento, esta era ignorada em uma determinada leitura da sucessão de cores. Duas seqüências foram feitas, da qual apenas a primeira foi utilizada para preencher a camada P-Blob VVA da estrutura. Sobre a segunda sequência e a estruturação interna da camada; sequência de leituras utilizada: S L1 L5 L3 L2 L4. Sequência não utilizada: S L5a L1 L3 L4 L5b L2.
marcelo comprou novos dispositivos (bichinhos com leds, peão dançante, lanternas, caveira-choque) na 25 de março, em são paulo. ele disse algo sobre um desconto de 30%, que ele não aproveitou.
de qualquer forma, nesse ensaio tentamos criar conexões gestuais entre nós dois, melhorar o controle dos níveis de intensidade (por enquanto, apagado, baixo, médio, alto). o entrosamento já está um pouco melhor. ainda não definimos nem jogos específicos nem abordamos a partitura.