meditação de nina giovelli
postado em 24 de agosto de 2014, categoria crônicas, reblog : friedrich nietzsche, funk carioca, meditação, nina giovelli, pancadão
1. em dúvida de qual presente dar por ocasião do natal? a genealogia da moral é sempre um grande sucesso!
2. decoração pré-natalina em minha morada.
1.
A. “joga então a escada fora”. B. “joga você”.
(contexto: §6.54 tractatus logico-philosophicus, wittgenstein, l.)
2.
o parágrafo 124 da gaia ciência (no horizonte do infinito) de nietzsche diz:
deixamos a terra firme e embarcamos! queimamos a ponte – mais ainda, cortamos todo o laço com a terra que ficou para trás! agora tenha cautela, pequeno barco! junto a você está o oceano, é verdade que ele nem sempre ruge, e às vezes se estende como seda e ouro e devaneio de bondade. mas virão momentos em que você perceberá que ele é infinito e que não há coisa mais terrível que a infinitude.
A. “tipo isso”. B. “não tem a ver”. A. “tem sim”. B. “cara, você omitiu todo o papo do ‘passarinho na gaiola'”.
3.
A. “um proctologista nunca faria uma consulta nessa posição aí”. B. “e tu, assíduo frequentador de proctologistas…”. A. “só estou generalizando, penso em mulheres”. B. “mulheres, bom, então eu contestaria isso que vc está dizendo… mas jogarei a escada por hora.”
{vitória de A sobre B?}
tem tanta gente desejando ter abortado, sonhando secretamente com a supressão dos filhos, que é como na causa gay: tem de impedir os outros. essa é a grande tentação dos fracos.
***
david lynch, eraserhead, de 1977. o excerto não mostrado, e mais sugestivo é o que o corre aos 48 minutos do filme, no mesmo cenário.
1. “não sou um objeto mas um projecto; não sou apenas o que sou, mas o que vou ser e o que quero ter sido e vir a ser.” (lyotard, a fenomenologia, edições 70, p.117)
2. “(…) o fato de que um pensamento ocorre apenas quando quer e não quando ‘eu’ quero, de modo que é falsear os fatos dizer que o sujeito ‘eu’ é determinante na conjugação do verbo ‘pensar’. ‘algo’ pensa, porém não é o mesmo que o antigo e ilustre “eu”, para dizê-lo em termos suaves, não é mais que uma hipótese, porém não, com certeza, uma certeza imediata. já é demasiado dizer que algo pensa, pois esse algo contém uma interpretação do próprio processo. raciocina-se segundo a rotina gramatical: ‘pensar é uma ação, toda ação pressupõe a existência de um sujeito e portanto…’ (nietzsche, além do bel e do mal, hemus livraria, aforismo 17)
3. fragmentos reunidos pelo uso.
1. nossa, que rizominha legal.
2. por causa da micropolítica do poder.
3. ele vive numa mônada nua.
4. essa heteronomia é minha.
5. tá lá, no seu momento (de verdade).
6. ela está cheia de vontade (de potência).
7. retornei, é o eterno-retorno.
8. na estação de taxi sublunar.
There remains confusion and debate over the line “Are we human, or are we dancer?” in the song’s chorus due to its incorrect grammar.[9] Debate raged across the internet over whether the lyrics said “dancer” or “denser”, a misunderstanding which invoked conflicting interpretations of the song’s meaning.[10][11] On the band’s official website, the biography section states that Flowers is singing “Are we human, or are we dancer?” and also says that the lyrics were inspired by a disparaging comment made by Hunter S. Thompson, where he stated America was raising “a generation of dancers”.[12][13] In an interview with Rolling Stone, Flowers said that he was irritated over the confusion about the lyrics and also that fans were unhappy with the song’s dance beat: “It’s supposed to be a dance song, [the beat] goes with the chorus…If you can’t put that together, you’re an idiot. I just don’t get why there’s a confusion about it.”[14]
os animais da transmutação e o deserto da alma.
http://www.songmeanings.net/songs/view/3530822107858741590/#73015616361
http://en.wikipedia.org/wiki/Slowness_(novel)
The dancer, defined in the story, is a person who constantly seeks the infinite and invisible audience that modern media offers. The fame that a successful dancer gathers has a dramatic effect on the life of the dancer and upon people who seek out the dancer (those who consider themselves “elect”).
Ha, it took me a while, but I finally figured out what this song means. “Are we human, or are we dancer?” The main line is asking if we are human, as in, can we make our own choices in our life, and think independently? Or are we dancers, whose every move is choreographed and planned out? Are our lives like that?
there is at least one more meaning for this line that I can think of: Serious dancers are probably the most balanced, agile and strong (for their body weight) people out there. This makes them feel so good that they loose their capacity for compassion (i.e. feeling what other people can feel). So, in a sense the are not human anymore.
Um filme leve, quase despretensioso: o homem de ciência se dá mal, o mundo acaba (grande coisa, não chega a ser uma perda dramática), tristão e isolda se encontram na morte, harmonias, melodias – pastiches de si mesmo, os rituais são todos esvaziamentos; mais eis que surge uma dúvida, eles serão de fato renovados? penso que a criança da caverna mágica (demasiado humana) invoca Nietzsche:
“Alguns degraus para trás – Um dos degraus, certamente muito alto, da cultura, é alcançado quando o homem ultrapassa conceitos e medos supersticiosos e religiosos e, por exemplo, não acredita mais nos caros anjinhos ou no pecado hereditário, e até mesmo da salvação das almas desaprendeu de falar: nesse grau de libertação, ele ainda precisa, com suprema tensão de sua lucidez, superar a metafísica. Mas em seguida é necessário um movimento de retrocesso: ele tem de compreender a legitimação histórica, assim como a psicológica, de tais representações, tem de reconhecer como a máxima promoção da humanidade veio de lá e como, sem esse movimento de retrocesso, nos privaríamos dos melhores resultados conseguidos pela humanidade até agora. – No tocante à metafísica filosófica, vejo agora um número cada vez maior daqueles que chegaram ao alvo negativo (que toda metafísica positiva é erro), mas ainda são poucos os que descem alguns degraus para trás; ou seja, devemos, decerto, olhar para além dos últimos degraus da escada, mas não querer ficar sobre eles. Os mais ilustrados só vão até o ponto de libertar-se da metafísica e lançar-lhe, para trás, um olhar de superioridade: e no entanto, também aqui, como no hipódromo, é preciso dobrar o final da pista.”
Melancholia. Dinamarca, Suécia, França, Alemanha, 2011. Escrito e dirigido por Lars von Trier. Com Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg e Kiefer Sutherland. Production House.