rio de janeiro
vou ao rio de janeiro passar frio.
postado em 1 de dezembro de 2012, categoria Uncategorized : cidade, frio, rio de janeiro
vou ao rio de janeiro passar frio.
me inteirei.
se pudesse dizer duas coisas definitivas sobre o povo de são paulo, nesses tempos tranquilos de crescimento, conformidade, repressão leve e especulação, diria:
1. o que eles gostam mesmo é de catracas.
2. eles não gostam de filas.
me disseram que ribeirão preto era a twin peaks brasileira. estava quente e fantasmagórico. as pernas das meninas eram excessivamente torneadas.
1. eu e mário del nunzio, semi-perdidos a 10 kilômetros, tanto do centro de copenhague (kobenhavn h), quanto do nosso hotel (ballerup). maio de 2008: primavera: frio, mas acima de zero, 40 ou 50 minutos até o próximo ônibus, no meio de um nada, agasalhos, mas vento e ambiente desolado (embora arrumadinho).
2. rio de janeiro, leblon; fomos ao cinema: eu, miwa yanagizawa, dannon lacerda e liliane rovaris. dezembro de 2010, não que fosse empolado, o filme do facebook, sem agasalhos, 121 minutos de tremedeira.
setembro, início
1. banheiro gratuito, rodoviária do tietê: um garoto, blusa surrada, 7h40 da matina; esquenta suas mãos no secador.
2. ônibus gontijo, são paulo-belo horizonte: músicas românticas do rei roberto, sem fone de ouvidos, de mãe para filha.
3. ônibus gontijo, belo horizonte-são paulo: garota, patricinha reggeira, fumando maconha no lavatório.
1. maníacos por fila, é preciso respeitar a fila, dessa vez passa heim, mas entra logo que se não eu brigo.
2. na entrada do concerto, vendem-se cds dos participantes (quarteto stellari). um apreciador de música contemporânea compra vários cds; o vendedor os embrulha em um saco plástico. durante o concerto, sentado ao meu lado, esse notório apreciador mexe no saquinho várias vezes, fazendo barulho.
3. garoto magro, muderno, de fones de ouvidos brancos, dentro do ônibus, na parada em que eu vou (também) descer. licença ele diz. eu vou descer também, ele não ouve, são os fones, licença, olho nos olhos dele, que olham o nada; eu vou descer, ele começa a se esfregar em mim, procurando espaço para descer, me dá uma empurradinha e desce, eu desço, ele sai andando estilo vou pra uma festinha.
cidade de são paulo-são paulo.
com sapatos salto alto verdes e panturrilhas musculosas na parte inferior, de resto, à parte o colchão – retângulo ereto -, só vemos seus braços, os dedos entrelaçados, um cinto humano, prendendo o colchão ao corpo, se é que há corpo.
“roubada de um fragmento de ‘sexo, amor & outros acidentes’, solo de morena nascimento”.