na bélgica, conto belga, voltando da bélgica
na bélgica
1. contando o número de ruivas.
2. entrando em “castelos”.
3. pessoas dirigindo de ré.
4. em um estabelecimento qualquer, a arte de, olhando de soslaio, escolher se comunicar em flamengo, francês, inglês ou outro (português, por exemplo, em st. gilles).
conto belga
eu e carmela vamos à floresta de soignes (zoniënwoud) caminhar. chegando lá, árvores outonais altas, quase que igualmente espaçadas, e folhas secas cobrindo o solo, pequenas trilhas de terra acizentada e pedregulhos, terreno nem montanhoso nem plano, riachos singelos com nomes de morte e pontezinhas de concreto, placas com indicações de meios de transporte permitidos e largamente incongruentes (no meio de uma trilha permitida a cavaleiros, um trecho proibindo cavalos), sons de passos diversos, poucos pássaros, vento gelado. paramos num banco de madeira para olhar uma grande árvore cair, em uma lareira, mas impacientes, voltamos. como era difícil acertar o caminho, chegamos a um grande hipódromo abandonado. atravessamo-lo. um buraco na cerca indicava uma possível saída, veículos audíveis, ônibus provavelmente.
quando voltei ao apartamento na cricxstraat, fiz um relato a matthias. de como até mesmo a floresta belga era ordenada, quase não haviam insetos, mas ao mesmo tempo, como era fácil de se perder naqueles caminhos, um pendor para o labiríntico e a monotonia por parte da natureza. será que o comportamento dos bruxelenses era expressado ou expressava alguma relação com isso? – mas matthias logo prontificou-me que um tal de um austríaco havia mandado plantar um monte de faias, depois de um desmatamento bravo, e naquela época nem havia a necessidade de cenários para “joão e maria contra a bruxa assasínia”, mas de qualquer forma, batalha de waterloo e tal, e antes, o próprio “joão e maria” ou algo do gênero.
voltando da bélgica
1. a primeira heineken será traumática
2. escrever o manifesto do prosciuto crudo?
3. um pouco de caos para acalmar.
4. porque não temos leite de boa qualidade?
postado em 9 de maio de 2014, categoria comentários, crônicas : babel, batalha de waterloo, bélgica, caos, castelo, floresta de soignes, heineken, joão e maria, leite, marcha ré, prosciuto, ruivas
mafia do leite
Me incomoda muito quando percebo essas intervenções humanas em florestas, sao tantas. Mesmo a da Tijuca foi totalmente reflorestada, mas como nao teve manutenção, nao se percebe.
E a temperatura quando nao tinha vento?
E o céu?