escuta de cds do meu pai #1
poulanc é por vezes “bonitinho”. por outras, dá vontade de vomitar; como um doce cheio de açucar refinado, é preciso ocasião.
às vezes me surpreendo: um disco do alexandre lunsqui, de 2008. crescendos no médio agudo, gestos encadeados – parece querer mostrar que ali reside o belo, naquela região, naquele movimento.
dvorák continua um de meus compositores prediletos de antigamente – eu ouço e vibro, com uma pitada de nostalgia. entretanto, diferentemente de quando criança, não faço mais de sua música o centro das atenções (deixo o toca cds num canto e vou ler, arrumar coisas, escrever; quando pequeno, sentava em frente ao toca-discos).
fractais é o pior disco do ulisses rocha: rock sem rock, temas estranhos (de bossas novas etc) fingindo pegada – nem dança nem leveza. muito distante da concentração de ar, ali as coisas são soltas, meio jogadas.
impressionante como ben allison bebe em dave holland: do jazz suave dos anos 1980s, de linhas de baixo ostinato, e eventualmente alguma de baixo andante, durante um solo de outrem. a quantidade de álbuns do jazz composers collective aqui em casa é explicável: um dos únicos grupos do estrangeiro a visitar campinas. meu disco predileto é o piece pipe, que conta com a participação de mamadou diabate, tocando kora.
postado em 18 de junho de 2012, categoria Uncategorized : alexandre lunsqui, anton dvorák, ben allison, cd, dave holland, francis poulanc, mamadou diabate, pai, ulisses rocha
Sobre o Poulenc, engraçado, só conhecia o ciclo Le Travail du Peintre, que tem uns momentos melancólicos, às vezes até soturnos. Gosto bastante. Não imaginava essa faceta edulcorada.