sobre o tema do édipo o professor universitário sabe bem: o destino. o fantasma daquilo que “não precisa ser assim” o ronda: e não há conhecimento ou desconhecimento que o salvaguarde, e ainda que ele tenha se precavido, esposa e filhos. ou assim é, ao menos, às vezes, para alguns: jocasta à espreita / à espreita de jocasta.
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diria lyotard, em peregrinações, (estação liberdade, p.21, 2000):
“em sua reflexão sobre o desvio categórico que separa o deus e o homem, hölderlin observa que o verdadeiro drama de édipo não é tanto realizar o destilo que apolo lhe prescreveu quanto sobreviver a essa realização. leibiniz diria: é continuar a viver quando, de acordo com a noção que deus tem disso, acabamos. quando a intriga de édipo tinha de desempenhar acaba, pode começar uma forma de pensar que se harmonize com a essência do tempo.”
a quantidade de trabalho para fazer algo por aqui pode ser medida assim: calcula-se um valor x teórico, correspondente ao trabalho a ser feito. dado que esse cálculo é imperfeito, e também o mundo e as coisas o são, a seu modo, é realista estipular uma margem de erro a (normalmente um valor positivo, mas por vezes, quando a sorte encontra-se ao lado do trabalhador, negativo). assim, a quantidade de trabalho Qt para fazer algo deve ser medida como:
Qt = n(x + a)
onde n são os impedimentos burocráticos, necessários ao retardamento e atravancamento do processo. para mim, ao menos, é tentador adicionar, “tal que n=2 ou n>2”, isto é: nas condições atuais, a burocracia sempre dobra a quantidade de trabalho necessária.
1. eu e mário del nunzio, semi-perdidos a 10 kilômetros, tanto do centro de copenhague (kobenhavn h), quanto do nosso hotel (ballerup). maio de 2008: primavera: frio, mas acima de zero, 40 ou 50 minutos até o próximo ônibus, no meio de um nada, agasalhos, mas vento e ambiente desolado (embora arrumadinho).
2. rio de janeiro, leblon; fomos ao cinema: eu, miwa yanagizawa, dannon lacerda e liliane rovaris. dezembro de 2010, não que fosse empolado, o filme do facebook, sem agasalhos, 121 minutos de tremedeira.
debitário de: les yeux sans visage (1960) [os olhos sem rosto], de georges franju, baseado numa novela de jean redoun, com pierre brasseur, alida valli e juliette manyel.
com detalhes adoráveis: os bonecos de palha, a menina lésbica, o tigre. (e será que as novelas de jonquet e redoun se parecem?)
la piel que habito (2011), de pedro almodóvar, baseado em uma novela de thierry jonquet, com antonio banderas, elena anaya e jan cornet.
eu tinha de determinar a constituição de uma série de elementos pertencentes a um grupo. essa determinação envolvia a separação de dois componentes, um dos quais estava sujeito a um teste simples, que me permitiria aferir se o elemento era ou não consistente em relação aos outros do grupo, ou a um princípio (não declarado). nessa separação, eu via um conceito ficar embaixo do outro, e os critérios lógicos se ordenarem, como em uma estante, mas verticalmente.
o quinto elemento era uma banheira de ofurô, devidamente preenchida com água quente. dentro da banheira estava nina giovelli. eu via os braços dela, apoiadas nos bambus laterais, e do busto para cima: as partes emersas. usava um pano que tapava o conceito, que então não podia ficar devidamente separado. isto porque o pano era irreal e não continha conceito de cor, não sendo possível falar nem em cor nem em conceito, mas apenas em pano.
assim, disse: “tire esse pano nina”, ao que ela olhou (a cara dela, no sonho, não era especialmente expressiva, sua expressão facial parecia ser sempre a mesma: bonita e agradável – atraente -, mas, ao mesmo tempo, normal, com um resquício do insosso rondando). e respondeu: “não posso, tenho vergonha. debaixo estou apenas de biquini”. e: “tá, espere”.
esperei. e de novo e o pano sumiu, e nina estava de maiô preto petróleo, e apesar da água, podia vê-la, por inteiro: sentimento de estrelinhas douradas se espalhando e sons de plin plin plin.
(o quinto elemento era inconsistente em relação ao grupo.)
guia da peça, para servir de guia para o guitarrista estudar a peça, primeiramente ignorando as partes de pedal transpositor. o s-m fornece ritmos e notas iniciais.
nota de programa
[descrevo o começo da obra: o guitarrista toca uma sucessão de notas “sol 3” – é uma obra monofônica, superficialmente monótona; a cada nota, ele procura um modo diferente de produção do mesmo, idealmente sem gerar variações significativas: corda solta; posições alternativas; usando bend; usando a alavanca; usando um pedal transpositor; mudando a afinação da guitarra, seja mexendo na cravelha ou no microafinador; e combinações possíveis destes, incluindo glissandos cruzados. ademais, também o pedal de volume compensa ou é compensado pelas dinâmicas tocadas, produzindo, em tese, a mesma intensidade]
não posso definir “panótico” como “um ouvido que tudo ouve” sem com isso abarcar os aspectos disciplinares dessa noção: o grão do som, por um lado: a marca indelével do erro, da dificuldade, a difícil naturalização do absurdo – o corpo (da guitarra, do intérprete); por outro, a nota, em negativo, como algo que, a partir da idéia de homogeneização, permite a coleção, a combinação e a permutação, que prolifera a diferença quando a ignora (sugerindo abstrações lógicas não efetivas), mas também: o distanciamento da idéia de superação, pelo estabelecimento de um parâmetro sólido de comparação.
peça encomendada pelo ibrasotope, dedicada a mário del nunzio; livremente inspirada em: “condição da escuta: mídias e territórios sonoros”, de giuliano obici; “hamlet” de william shakespeare; “macbett”, de eugene ionesco.
Estou no meu quarto (vou dormir em breve?) e desço à cozinha. Lá encontro Luana e Fenerich. Há uma garrafa grande, de acrílico, como uma vasilha abaulada, meio metro de diâmetro, 5 litros de volume (só?), com uma tampa metálica, com uma inscrição em cirílico: é uma vodka 88%.
Olho meio atônito pra garrafa, quando Fenerich diz: “vai aí?”, e eu: “não. 88%?! isso é perigoso”. Luana desacredita, cerra levemente as sombrancelhas, e retruca, após sua breve risada característica, na qual o canto da boca fica aberto: “não mata nada”. E bebe uma dose, de boa.
There remains confusion and debate over the line “Are we human, or are we dancer?” in the song’s chorus due to its incorrect grammar.[9] Debate raged across the internet over whether the lyrics said “dancer” or “denser”, a misunderstanding which invoked conflicting interpretations of the song’s meaning.[10][11] On the band’s official website, the biography section states that Flowers is singing “Are we human, or are we dancer?” and also says that the lyrics were inspired by a disparaging comment made by Hunter S. Thompson, where he stated America was raising “a generation of dancers”.[12][13] In an interview with Rolling Stone, Flowers said that he was irritated over the confusion about the lyrics and also that fans were unhappy with the song’s dance beat: “It’s supposed to be a dance song, [the beat] goes with the chorus…If you can’t put that together, you’re an idiot. I just don’t get why there’s a confusion about it.”[14]
The dancer, defined in the story, is a person who constantly seeks the infinite and invisible audience that modern media offers. The fame that a successful dancer gathers has a dramatic effect on the life of the dancer and upon people who seek out the dancer (those who consider themselves “elect”).
Ha, it took me a while, but I finally figured out what this song means. “Are we human, or are we dancer?” The main line is asking if we are human, as in, can we make our own choices in our life, and think independently? Or are we dancers, whose every move is choreographed and planned out? Are our lives like that?
there is at least one more meaning for this line that I can think of: Serious dancers are probably the most balanced, agile and strong (for their body weight) people out there. This makes them feel so good that they loose their capacity for compassion (i.e. feeling what other people can feel). So, in a sense the are not human anymore.