goteira devido a uma infiltração dentro da parede da sala de minha morada em belo horizonte, 27 de julho de 2015. reprodução a um quarto e depois à metade da velocidade de gravação.
gravado com um sony pcm100 no dia 02 de junho de 2015, por volta das 23 horas. esteira de recolhimento de bagagens do desembarque doméstico do aeroporto de guarulhos.
gravei os fogos do réveillon em copabana de dois locais diferentes. da praia, do meio da galera – gravação para o vídeo 31|01, que está pronto e apenas esperando cineclubes, convites de exibição etc – e da janela do apartamento de miwa (omedetô!).
incluo aqui também uma versão na metade da velocidade de reprodução.
26 de novembro de 2014, durante e após o jogo do atlético mineiro contra o cruzeiro, pela final da copa do brasil. pude presenciar a intensa ignorância dos torcedores (principalmente atleticanos) quanto à manutenção da boa saúde auditiva da população em geral. se a arte não é inútil, então ela tem a função de transformar a ignomínia em algo que possa ser de fato fruído (ela, ao mesmo tempo que atenua, desaliena: tem o potencial de, como diz nietzsche, aumentar a vontade de vida).
1. todo dia de manhã pego minha raquete eletrificada e vou até a lavanderia matar pernilongos. eles gostam daquele canto, daqueles dois baldes com potes vazios de sorvete e buxas antigas, daquela humidade e frescor, da penumbra. um pequeno genocídio. vingança, diriam. outros: o pernilongo é um bicho que merece o assassínio.
2. uma vez fui a um show do dave phillips (dp) em são paulo; era um espaço mais-que-exíguo e as caixas, coladas ao ouvido. antes do vídeo show de horrores (coletânea de animais sendo mortos), músicas extremamente ruidosas, realizadas utilizando gravações de sons de insetos e animais, e aplicando níveis de compressão extremos a estas.
no início de setembro rai me chamou a atenção para o som de abelhas em cima da árvore que produz uma espécie de cerejinha preta (não sei o nome, foto acima, tirada depois, sem abelhas). polinização radical das florzinhas, mais de uma abelha por flor.
lucas araújo perguntou-me: “e agora que a mandinga performática não deu certo?”. o brasil passou às quartas de final da copa do mundo; minha performance-álbum-anti-musical se resumia a um evento de primeira fase. então o quê? bem, resta terminar a outra performance, “não assistir a/à copa do mundo de futebol 2014”, continuando a desviar o olhar de todas as televisões ligadas e evitar locais com imagens de jogos. para quem ainda não arriscou uma escuta do álbum, ele pode ser baixado aqui. abaixo, a resenha (ao meu ver excessivamente dramática) escrita por blu simon wasem, que presenciou #obrasilnãochegaàsoitavas 3:
Fiquei muito comovido quando recebi a mensagem notificando sobre este disco/performance, pois eu também não gostaria de ver nenhum jogo da seleção brasileira. Estava em São Paulo nos dois primeiros jogos, mas não fiz minha própria audição lá, pois estava me ocupado em filmar imagens da avenida Paulista vazia com o exército ao fundo. Mas aí calhou de estar na própria casa do compositor na ocasião do jogo Brasil x Camarões. Então eu pude experienciar a sua peça sob a maior potência. Hoje tenho minhas dúvidas sobre o meu pseudo-radicalismo anti-copa, sobre minha saúde mental após esta escuta da peça, e sobre as intenções pervertidas do artistas. Não pude permanecer no jardim após o intervalo, e mesmo a 2 quarteirões ainda ouvia o ódio, o pânico, o desespero que essa peça emana, que nada mais é do que um reflexo da situação atual do país.
#obrasilnãochegaàsoitavas 1, 2014-06-12, 17h: domicílio de iwao, belo horizonte.
#obrasilnãochegaàsoitavas 2, 2014-06-17, 16h: georgette zona muda, sede antiga, belo horizonte.
#obrasilnãochegaàsoitavas 3, 2014-06-23, 17h: domicílio de iwao, belo horizonte.
em 26 de junho de 2013 gravei o início da manifestação que partiu do centro de belo horizonte, pela antônio carlos até a abrahão caram. um pouco como luc ferrari (presque rien), fiz cortes e economizei tempo.