Traduzi o artigo 『おたく』の研究(1):街には『おたく』がいっぱい, do jornalista Nakamori Akio, de junho de 1983. Em que pese o caráter sarcástico do texto, ele tem o valor histórico de ajudar a consolidar o termo “otaku”. Como está em um nível de japonês acima do meu domínio atual, também coloquei notas de tradução e observações. Críticas e apontamentos são muito bem vindos. Acesse o texto aqui.
Pensando bem, a coisa não se limita a fãs de mangá e a Comiketo. Há quem acampe na fila no dia anterior à estréia de um longa de animação. Há gente que se vangloria da dedicação com que tira fotos do Blue Train, sendo quase atropelados nos trilhos; caras com todas as edições passadas da SF Magazine e também das séries de contracapa dourada e prateada de ficção científica da Harayaka, alinhadas nas suas prateleiras de livro; garotos de feira de ciência com óculos fundo de garrafa que se juntam na loja de computadores local; caras que vão de manhãzinha cedo ao local da sessão de autógrafos da “idol” para garantir seu lugar; outros que frequentam cursinhos famosos para simplesmente virarem uns meninos tolos e tímidos, com olhos de peixe e que se comportam como perdedores; malucos que não param de azucrinar quando o assunto é equipamento de áudio.
Pois essas pessoas são normalmente chamadas de maníacos ou fanáticos, ou “a tribo sombria”, mas nada disso parece apropriado. E por algum motivo, não há para eles um termo geral estabelecido que integre todas essas pessoas, ou o todo desses fenômenos. Então, por isso, nós decidimos chamá-los de “otakus”, e de agora em diante os chamaremos assim.