trabalho assinado

ontem um colega no trabalho sintetizou: esse é o meu primeiro emprego com carteira assinada e possivelmente será o último. depois de ler isso e isso resolvi comentar sobre a situação atual, antes da possível piora.

1. os teatros ou centro culturais deixam de pagar o seguro contra quedas e então o funcionário responsável pela iluminação não pode subir nos andaimes e escadas para montar a luz.

2. professores de escolas privadas sendo demitidos após 5 anos para não começarem a receber o quinquênio.

3. estágios que são como o degrau mais baixo do trabalho normal em agências de publicidade. quanto mais desigualdade, melhor.

4. trabalhos durante anos para o mesmo contratante, emitindo notas fiscais (mas você pode recorrer depois e talvez conquistar o vínculo empregatício).

5. por não ter um diploma, e mesmo dando mesma aula, com mesmíssimo padrão de trabalho, ganhar R$ 5 a hora, totalizando menos que um salário mínimo ao final.

corolário 1: posso igualmente dar exemplos de leis que procuram melhorar a situação do trabalhador mas que, numa situação em que trabalhador e patrão não são duas categorias dicotômicas e inimigas, acabam piorando tudo, tornando muitas ações inviáveis; só que isso nada muda do que é apontado acima.

corolário 2: há, me parece, um tipo comum: o do empresário brasileiro que parece ter ojeriza a planejamento, e que por isso sonhava que a médio prazo poderia garantir que tudo seria resolvido apenas no curto prazo.

corolário 3: em alguma postagem antiga que não encontro no momento (e que pode ser um dos 200 rascunhos que tenho aqui), havia falado sobre o brasileiro (mas e se fosse apenas o “homem”?) ser caracterizado pelo amor à lei e à desigualdade, mas que o amor pela desigualdade era maior que o pela lei.


postado em 11 de abril de 2015, categoria comentários : , , , , , , , , ,