a ideia / a foto

1. nos faz prometer muito mais do que é possível cumprir.

2. nos faz lembrar que não nos esquecemos.

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o homem é um projeto? se não, é preciso ter a fotografia mas não a foto. e deixar fluirem as ideias até que o rastro seja tênue ressonância.


postado em 11 de dezembro de 2017, categoria aforismos : , , , , , , , ,

sr. ninguém

o que o filme mostra mas não assume é: uma vida projetada com base em relacionamentos se desdobra como uma infantilização da imaginação, em realizações insatisfatórias: mortes de todo o tipo, uma deprimida que ama um fantasma, um homem bem sucedido que vai do blasé ao ausente e finalmente ao suicida, um reencontro em que o apego ao porvir é mais forte que o encontro presente.

nesse sentido, ao contrário da ambiguidade com a qual o filme trata da aparição final de ana como o mundo mais perfeito (na figura do círculo contra a série de fibonacci), tal como sextus, nos parágrafos finais da teodiceia de leibniz, o caminho do meio, ou da recusa das decisões, possivelmente lhe trará uma existência medíocre, mas humana, de alguém.

{mr. nobody, 2009. dir. jacob van dormael, com jared leto}


postado em 9 de fevereiro de 2017, categoria resenhas : , , , , , ,

projeto a ser apropriado por um artista plástico belo-horizontino

há na região da serra, em belo horizonte, mas também em todo o caminho interno entre serra e esplanada, naquele trecho que evita a contorno, que foi realizado à base de desapropriações, casas sem reboco. amontoam-se. passando por ali (mem de sá), e depois parando no zé pretinho, imaginei um morro de cores. não seria um projeto difícil, pensei. calcular, reboco e tinta, ajudantes, tirar fotos, testes de cores via foto e manipulações, equipe de convencimento e bom relacionamento com os moradores. lembro de valparaiso, no chile.


postado em 5 de abril de 2015, categoria proposições : , , , , , ,

watashi wa watashi

“eu sou eu” – essa frase repetida como bordão, como resposta existencial. qual o estranho fascínio de neon genesis evangelion e guilty crown pelo existencialismo? (vou deixar o estranho fascínio pela família psicanalítica de lado, por não me interessar tanto). essência, caráter, projeto, destino, existência. watashi wa watashi. tenho a capacidade de escolher ser aquele que toma suas ações para si; aquele que, em face do mundo, escolhe ser responsável por suas próprias ações. não há ilusão nisso – se é uma máscara ou uma casca, se o eu é uma miragem, o modo de vida que a afirmação trás, seu tom trágico, é real. shinji e shu. nem ayanami rei nem yuzuriha inori são simplesmente clones, ferramentas, monstros, construções. a existência acaba as humanizando. transumanismo desconstruído. na borda do sonho demasiado humano da tábula rasa, sonho que resultaria enfim em um inumanismo generalizado, a descoberta do humano através das mulheres-ciborgues. essa figura do amor japonês.

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e até que ponto gc, de 2011, não é uma retomada do nge, de 1995? e para dar outro exemplo, a relação entre tima e kenichi, em metrópoles de osamu tezuka. todas as 3 personagens femininas são muito mais interessantes do que o par deckard e rachel, de blade runner. i can’t stop loving you.


postado em 27 de março de 2015, categoria comentários : , , , , , , , , , , , , , , , , , ,