dois textos de shows

1. coletivo d’istante joga “cobra”, de john zorn; im)provável surto, fundação educação artística, 9 de julho, 19h, belo horizonte.

Primeiramente, fora Temer. Coletivo D’Istante joga Cobra, de John Zorn, improvisação musical pseudo-competitiva usando placas e chapéus. Músicos indicam ao ponto (regência) o que querem; ele abaixa as placas correspondentes: olho (zap!), boca (entram, saem, ficam só alguns), orelha (fazem diferente, trocam e fazem igual, mudam dinâmica), nariz (duos, correntes, eventos), cabeça (memória), palma (para, coda, congela). Músicos guerrilham com chapéus, ignorando placas, aplicando golpes de mão: circula (alterna), chama e indica (imita), fornece (droneia), captura (pausa), liga (correnteia). E guerrilhas tomam o poder, instaurando ditaduras, zonas temporais autônomas ou ainda ecovilas. Democracia e diversão.

2. henrique iwao toca o brasil não chega às oitavas, de sua autoria; fime, praça das artes, 20 de julho, 18h, são paulo.

Nessa apresentação, Henrique Iwao, autor e intérprete, bate panelas e outros utensílios de cozinha freneticamente. Algum efeito de eco colore e preenche o som, de quando em quando. A ação é extrema pela condição de solidão no panelaço, junto à de exaustão das tentativas ocasionais de destruição dos itens utilizados. A obra orienta­-se a partir de convenções estipuladas nas formas da música noise, da arte conceitual, do panelaço de protesto e da videoarte.


postado em 8 de julho de 2016, categoria publicitade : , , , , , ,