aura

christian wolff dizia sobre tocar notas que não importava o que você fizesse, acaba soando como uma melodia. nas reviravoltas da história e nas intrigas políticas sempre queremos enxergar um plano, vislumbrar uma estratégia, e as coisas sempre acabam tendo um motivo (pense nas fases do espírito). ademais, dada uma sequência de números qualquer, um padrão é inevitável. isto é, o padrão é a forma da nossa apreensão de uma sequência. da mesma forma, não importa o quão reprodutível, despersonalizada e genérica uma obra artística seja: acaba tendo aura. essa sombra monadológica.


postado em 10 de junho de 2017, categoria aforismos : , , , , , , ,

Protegido: ferdinando

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postado em 27 de janeiro de 2017, categoria comentários : , , , , , , , , ,

história concisa da filosofia, capítulo 2

platão = charlatão.


postado em 6 de julho de 2013, categoria resenhas : , , ,

Sur tes lèvres, sur tes lèvres…

“Havia sempre velhos discos abandonados que vagavam pelo estúdio. Um que me caiu às mãos continha a voz preciosa de Sacha Guitry. ‘Sur tes lèvres, sur tes lèvres…’ [‘nos teus lábios, nos teus lábios…’], dizia Sacha Guitry. Mas a gravação foi interrompida por uma tosse na técnica, o que explica o fato do disco ter sido posto de lado como refugo. Me aproprio desse disco, coloco em um outro prato o ritmo tranquilo de um valente barco, depois, sobre dois outros pratos, aquilo que me cai às mãos: um disco americano de acordeon ou de gaita e um disco balinês. Em seguida, exercício de virtuosismo nos quatro potenciômetros e oito chaves de contato.

Aos inocentes as mãos cheias: o Étude n. 5 dito aux casseroles [dos caldeirões] (…) nasce em alguns minutos: no tempo de sua gravação.

(…) No Étude aux Casseroles, a barca dos canais da França, a gaita americana, os sacerdotes de Bali colocam-se milagrosamente a obedecer ao deus dos toca-discos; (…) e quando, em alternância, intervém a lancinante ‘Sur tes lèvres’ entrecortada de tosses, o ouvinte, entretido em uma primeira audição, se satisfaz de bom grado com uma composição tão erudita, tão harmoniosa e tão definitiva. Assim nascem os clássicos da música concreta.”

Pierre Schaeffer ao descrever como realizou e concebeu o Étude aux Casseroles, SCHAEFFER, P. (1952). A la Recherche d’une Musique Concrète. Paris: Éditions du Seuil, p. 28. Traduzido por Alexandre Fenerich.


postado em 28 de março de 2011, categoria Uncategorized : , , , ,