para verdadeiramente entender hegel

deve-se aprender a ler em alemão, mas de modo algum, a falar ou ouvir.

A palavra, enquanto sonora, desaparece no tempo; este assim se mostra na palavra como negatividade abstrata, isto é, apenas aniquilante. Mas a negatividade verdadeiraconcreta do signo linguístico é a inteligência, porque, por ela, o signo linguístico é mudado de algo exterior em algo interior, e conservado nessa forma modificada.  

{não ouso citar de fonte primária, então, vem de lebrun, g. a paciência do conceito, unesp, 2000, p. 64}

melhor seria, mas há controvérsias (o próprio hegel, em sua enciclopédia, reclama da multiplicidade de significados dos ideogramas), adquirir a versão das obras completas em chinês, e em seguida aprender japonês para a leitura.


postado em 23 de dezembro de 2015, categoria comentários : , , , , , ,

o pensador nômade

existe um problema em textos sobre deleuze. é que deleuze gosta de separar polos e quase sempre acaba por valorizar um lado em detrimento do outro – nômades contra sedentários, por exemplo. existe um aristocracismo grande aí. e quando se é tomado de paixão por deleuze, pelo seu pensamento, como é o caso do livro de regina schöpke (por uma filosofia da diferença: gilles deleuze, o pensador nômade, edusp, 2004), mesmo assim ocorre que, ao explicar, ao clarificar deleuze, não se está de fato criando conceitos, rasgando o caos, fazendo máquinas de guerra. é o estado – a academia, criando especialistas em deleuze – deleuzianos – todos eles do lado dos operários da filosofia, reforçando a canonização desse enorme pensador, trabalhando para a territorialização do seu pensamento, para uma maior significação de seus conceitos.

não que isso seja ruim. qual o problema, afinal, de deleuze ser o hegel da segunda metade do XX?

se deleuze, seus textos, são uma força de fora a impulsionar o pensamento, uma pequena máquina a incitar paixões, nem por isso abordagens explicativas podem isentar-se da acusação que tão bem explicitam. porque se fosse diferente, o título do livro específico citado seria “por filosofias da diferença: gilles deleuze, um pensador nômade”.


postado em 14 de junho de 2015, categoria resenhas : , , , , , , , , , ,

everything but hegel

lemos de tudo mas não hegel. aliás: how to fake your way through hegel [acho bem difícil de traduzir: “como falsear seu caminho através de hegel” seria literal demais; “como fingir ser um conhecedor de hegel”]. 

ps: devo essa postagem a j.-p. caron, que me indicou os conteúdos.


postado em 12 de agosto de 2012, categoria Uncategorized : , , ,

xylowavepoderes

segundo gx jupitter larsen: “uma xylowave ocorre sempre quando um efeito não tem uma causa, ou uma causa não tem um efeito”.

[uma onda de madeira?]: na antiga sede do ibrasotope, em são paulo, mário del nunzio estava a utilizar seu superxylowavepoder, ao esquentar, com suas mãos, a água que estava dentro da panela sob o fogo. jean-pierre caron, sentado na escada, ficava entrando e saindo da atitude natural, e reduzindo objetos ao redor de fenerich. quando menos esperavam, eu mesmo fiquei invisível (mas só consigo quando estou envolto em escuridão total).

alguns elos interessantes:

outros exemplos de xylowavepoderes. nunca se sabe quando se tem um, é preciso estar atento:

  • paralisar o tempo, mas também para si mesmo.
  • fazer viagens astrais. o problema é que, ao sair do corpo, perde-se a consciência.
  • preencher o espaço com espuma imaterial.

etc. a filosofia dá inúmeros destes poderes. e não só husserl. a dialética de hegel também.


postado em 25 de junho de 2012, categoria Uncategorized : , , , , , , , , ,