cem anos de música no brasil

no livro cem anos de música no brasil 1912-2012, organizado por joão marcos coelho, há um capítulo escrito por marco scarassatti denominado instrumentarium: dispositivos e contradispositivos no instrumentário brasileiro dos últimos 100 anos. nesse décimo capítulo, marco inclui pequenos textos de diversos músicos da cena brasileira, realizados a partir da pergunta “o que é um instrumento?”.  nas páginas 186 a 189 há minha contribuição, disponível nessa página. disponibilizei também as respostas às 5 perguntas de marco sobre o tema; escrevi-as em 18 de março de 2013 – soam como se eu tivesse acabado de ler os livros “ciência em ação” e “a esperança de pandora”, do bruno latour.

quanto ao livro, um aviso: folheando rapidamente, já noto diversos pequenos erros – nome de autor (na capa, marco scarassatti aparece como “marcos scarassati”), ano de publicação duplo (2014 ou 2015?), número de página referente ao capítulo que eu participo incorreta (p. 128), informações biográficas fictícias ao final (de novo, o marco aparece como professor de composição, e o conheço bem o suficiente pra saber que não), além de nos anexos de um texto – descrições da atuação de grupos musicais – haver pequenas inconsistências aqui e acolá.

não deixa de ser um livro que promete interesse, mas já na primeira passada esses descuidos aparecem como falta de cuidado e pouca preocupação com a boa qualidade do texto (e visualmente, o livro é bonito). meu próprio excerto contém um parágrafo em que falta um pedaço de uma frase… (mas, obviamente, revisei ambos na versão que disponibilizei).


postado em 21 de abril de 2016, categoria livros, textos : , , , , ,

no melhor dos mundos

seguindo leibniz, cuja visão de mundo comentei nessa postagem, bruno latour, em irreduções, escreve:

3.6.3 Somente na política as pessoas estão dispostas a falar sobre “testes de força”. Os políticos são os bodes expiatórios, os cordeiros sacrificiais. Nós os ridicularizamos, desprezamos e odiamos. Nós competimos denunciando sua venalidade e incompetência, sua visão míope, seus esquemas e concessões, os seus fracassos, o seu pragmatismo ou falta de realismo, sua demagogia. Apenas em política os testes de forças são pensados como definidores da forma das coisas (1.1.4). Apenas os políticos são pensados como sendo desonestos, são tomados como a tatear no escuro.

  • É preciso ter coragem para admitir que nunca vamos fazer melhor do que um político (1.2.1). Nós contrastamos sua incompetência com a perícia dos especialistas, o rigor do erudito, a clarividência do vidente, a visão do gênio, o desinteresse do profissional, a habilidade do artesão, o bom gosto do artista, o evidente senso comum do homem comum nas ruas, o faro do índio, a destreza do vaqueiro que dispara mais rapidamente do que sua sombra, a perspectiva e o equilíbrio superior do intelectual. No entanto, ninguém faz melhor do que o político. Esses outros simplesmente têm um lugar para se esconder quando cometem seus erros. Eles podem voltar e tentar novamente. Somente o político é limitado a um único tiro, e deve atira-lo em público. Eu desafio qualquer um a fazer melhor do que isso, a pensar com mais precisão ou ver mais longe do que o congressista mais míope (2.1.0, 4.2.0).

3.6.3.1 O que nós desprezamos como “mediocridade” política é simplesmente a coleção de concessões que nós forçamos os políticos a fazerem em nosso nome.

  • Se nós desprezamos a política devemos desprezar a nós mesmos. Peguy estava errado. Ele deveria ter dito: “Tudo começa com política e, infelizmente, degenera em misticismo.

{o original francês é de 1984, e intitulado Les Microbes: guerre et paix, suivi de Irréductions. como não leio francês, traduzi do inglês, the pasteurization of france, de 1988, por sheridan e law}


postado em 11 de julho de 2015, categoria citações : , , , , , ,

eternidade

1. eternizar é amar a morte, sobretudo.

2. a latour: o eterno como aquilo que se atualiza tanto e tão rápido que parece não se atualizar nunca.

3. szymborska: “por falta de eternidade, juntaram dez mil velharias”.


postado em 16 de dezembro de 2013, categoria aforismos : , ,

tecnociência, centrais de cálculo e cartografias

bruno latour escreveu um capítulo interessante envolvendo o tema da cartografia. de como o conhecimento se consolida, é calculado, permite selecionar, saber, reduzir, dominar. aqui o capítulo 6 do livro “ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora” (editora unesp, 2000). (o texto é complicadinho mas divertido)


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scientific blackboxing

baird, d. 2004. thing knowledge: a philosophy of scientific instruments. berkeley: university of california press.

when the black box works, its origins are forgotten and thus ‘paradoxically, the more science and technology succeed, the more opaque and obscure they become’.

(latour, b. 1999: 304. pandora’s hope. essays on the reality of science studies. cambridge, ma: harvard university press; ver também: 1994. on technical mediation – philosophy, sociology, genealogy. common knowledge 3(2): 29–64).

[magnusson, t. 2009. of epistemic tools: musical instruments as cognitive extensions. organized sound vol 14, no.2, p. 168-176]


postado em 22 de março de 2011, categoria Uncategorized : , , , ,