§6.4311 (outubro / october 2014)

um arquivo de som vazio ou um arquivo de som de silêncio digital, com duração mínima. uma imagem transparente de 1 pixel ou muito pequena. / an empty sound file or a sound file containing only digital silence and being the smaller of durations. a transparent image of 1 pixel or very small.

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No Tractatus Logico-Philosophicus, Ludwig Wittgenstein escreve: “A morte não é um evento da vida. A morte não se vive. Se por eternidade não se entende a duração temporal infinita, mas a atemporalidade, então vive eternamente quem vive no presente. Nossa vida é sem fim, como nosso campo visual é sem limite.” (Edusp, 2001, Trad. Luiz Henrique Lopes dos Santos, p.277)

1. Seria esse parágrafo uma confrontação com a doutrina do eterno retorno, exposta no Assim Falou Zaratustra, de Nietzsche?

2. Em um sentido, o instante não pode ser parte desse presente, porque é justamente o que, apesar de infinitesimal, já passou. (contra Wittgenstein).

3. Eu poderia dar a entender que tender a zero não ajuda em nada. Mas tender a zero nesse caso é tentar eliminar a possibilidade da experiência (fenômeno), para dar lugar ao conceito.

4. A experiência do conceito pode ser então vivida, assim como a de morte (do conceito de morte).

5. Isso de modo algum resolve a crítica esboçada por Brassier (ou melhor – chutada em “Genre is obsolete”) (a alma/o eu não é uma mônada, mas também um composto, ou então, um resíduo).

6. A peça, entretanto, existe. Se há uma tentativa de autoanulação enquanto fenômeno é porque a peça é também essa tentativa (ela nem exemplifica bem o aforismo nem o comenta bem, mas caminha junto a ele).

1. Please check the corresponding Ludwig Wittgenstein’s Tractatus Logico-Philosophicus topic.

2. Is saying that death is not part of life an thus in a sense, saying that life is eternal, a confrontation with the Nietzschean doctrine of the eternal recurrence?

3. The instant is not part of the present, since, though infinitesimal,
it is already gone – already past. (against §6.4311)

4. Since the duration of the piece tends to zero, it tries to eliminate the sense of experience the piece would have. It strives to become a pure concept.

5. Ray Brassier said in an article called Genre Is Obsolete that “experience is a myth”.

6. A concept can be experienced, just as death as a concept can.

7. The piece is thus the attempt at building it as the experience of the attempt of erasing the experiential part of itself.

8. It does not exemplifies well the Tractatus thought evoked, but rather, is accompanied by it.