resquiescat in pace, rufo

como me falta aquela empatia que me tornaria susceptível de enfrentar a morte com calamidade ou tristeza, restam me os pequenos momentos de melancolia, das situações habituais contrariadas. não que a morte em si não seja insólita. o recolhimento e a recusa à alimentação, o resultado que torna a espera e a inação distantes e incongruentes, o endurecimento do corpo, o som das varejeiras que o rondam, o seu peso tornado puramente físico, sem tônus, sem resistência a favor ou contra. tudo isso conta para como que uma suspensão da experiência na experiência. mas daí, justamente, não há propriamente sentimento, entendido como emoção sedimentada.

só que depois os pequenos acontecimentos acumulam: chegar em casa e não ter ninguém a esperar, ou então andar no corredor e não vê-lo deitado ao lado, preguiçosamente; então, não chamá-lo para que siga vagarosamente, com o excesso de prudência característico. devo segurar o olhar, retesar o dedo que estalaria, engolir o nome não proferido. a estranheza de abrir e fechar as portinholas da varanda, na falta da necessidade de demarcar e impedir. a bacia seca que nunca dará mosquitos, os pombos que não visitam a ração não comida que não mais há, e a raiva que deles eu tinha, em mim ameaçando mas tão logo dissolvendo-se ao não achar objeto. a súbita lacuna e a desistência de ler na rede, sem ele a rondar, em sua perturbação indecisa; o chão vazio, limpo, sem esperneios bizarros, interessantes; os lugares mais frescos, deixados aos tatus bola. sobretudo o silêncio noturno, a ausência de roncos, o sono desacompanhado, a escuta a procurar o ritmo ressonante e só encontrar desconfiança, a imaginar seres que preencheriam sua falta.


postado em 15 de fevereiro de 2019, categoria crônicas : , , , , ,

vizinhos de são paulo, anos atrás

1. paravam o carro na frente de sua casa. um dia, basta! pegou uma marreta e marretou o carro da vez.  “esse nunca mais para aqui”.

2. como sua tia era sapatona e ele perturbado pelo diabo, de tempos em tempos via sua casa como morada do demônio. era bombado e cocainômano e esmurrava o portão, gritando. em algum ponto seu pai começava a resmungar, em um paulistano carregado, “que é que eu fiz pra merecer isso”. a polícia vinha. a família desistia de prestar queixa. a polícia ia embora. o sujeito acalmava. tudo voltava ao normal. mas era preciso desentortar o portão.

3. a casa tinha um muro à lá índia, 4 metros de altura. acima dele, cerca elétrica. do alto, câmeras de segurança observavam os transeuntes. a empregada, entretanto, possuía a chave, os roubou e nunca mais apareceu.

4. era um sábado especial e estávamos fazendo mais barulho que o habitual. mas pararíamos às 23h. então, contravenção pouca, passaríamos apenas uma hora das dez. só que de repente, já no último show, há uma senhora de óculos e pijamas de pé na sala, com cara de indignada e procurando algo. achando, a vizinha segue até a tomada que tem mais coisas ligadas e puxa a extensão, desligando todo o som.

5. havia um mandato policial contra a posse de animais de estimação por parte dela. ainda assim, a tentação era grande, as ruas repletas, e ela não resistia e acumulava cachorros. o gradual aumento do coro de latidos nos indicava como ia a matilha.

6. a infiltração nos anexos estava brava. subimos na escada. o vizinho havia colocado uma estaca, deslocando o rufo entre os muros. preso à estaca havia um fio, para estender roupas. de lá víamos o lixo acumulado do restaurante japonês. talvez nossos ratos fossem lá comer. provavelmente.


postado em 3 de fevereiro de 2019, categoria crônicas : , , , ,

compras na ciudad del este

na entrada de ciudad del este umas barreiras de concreto mal feitas e hostis, passa-se com carro sem nenhuma revista e a ponte da amizade é cheia de grades, um grande rio lamacento embaixo e a volta congestionada, é domingo black friday, pessoas vão às compras nos edifícios-shoppings enfileirados, a entrada é como uma mistura de comércio japonês louco com letreiros coloridos, rosa brilhante e alguns LEDs, mas com cortiços cinzas semipixados com pressa, sem gastar muita tinta, espremidos junto, com os fios de energia elétrica por vezes indistinguíveis de gatos e com barracas de comércio informal de metal soldadas nas próprias ruas, e por ser dia de descanso, clima de faroeste abandonado, todos enfurnados nos prédios do consumo supremo, lá fora os que sobraram olham investigativamente sua cara, motos com 2 passageiros, rapazes nas traseiras de caminhonetes e carrões arrancando como mafiosos, comemos em um chinês simples, muita comida, acelga vinagrada e tilápia com gengibre e caramelo, vocês tem certeza que vão pedir isso, primeiro em chinês depois em espanhol, sim e sim de novo, aguentamos o azedume junto ao doce, vê um chá junto, jarra gigante e na volta meio perdidos, mas é só descer a lomba prédio a dentro, shopping paris uma loja de departamentos quilométrica, as compras em quatro moedas dólar real peso guarani, calculando 5517 no guarani, combinações para o melhor acerto o câmbio favorável a cerveja mais barata um vinho, um vaporizador comprado pela metade, vai ter de voltar lá outro dia, agora é lembrar onde estacionou o carro, nos muitos andares do estacionamento com clima de infiltração há letras, espere que eu vou ao banheiro, há um sensualismo na falta de cerimônias e no erre caipira das paraguaias mas não entendo nada, não fui abandonado, fico sabendo que assaltam ali na passagem, se vai a pé cuidado, uma embarcação ao longe, policiais brasileiros bancando macho óculos escuro carabina efígies passamos fingindo não ver.


postado em 20 de março de 2018, categoria crônicas : , , , , ,

notícias dezembro de 2017

1. desde julho uns livros sobre bataille não me chegam. há uma mensagem específica no bookdepository: “if you are ordering from brazil…“. ah, curitiba, curitiba, lar da receita federal.
 
2. finalmente o brasil mostrou que não é necessário monarcas. cervejeiros e banqueiros bastam. o 1% é nosso. depois da pesquisa que dizia que trabalhadores de fábrica chinesas ganhavam em média melhor que aqui, era essa a próxima mesmo. orgulho nacional.
 
3. no final era hitler. sempre ele. mas ele se travestia de pura energia, aparecendo como um samurai mágico. suas estátuas canhão indianas, na forma de mulheres buda de ouro, acordaram para a individualidade. bastou um “cogito ergo sum” para que elas começassem a destruir uma às outras, pois compartilhavam o mesmo programa e assim queriam ser cada uma, individualmente, única. descartes e a destruição que resulta na manutenção da paz no universo. (ep 39 de “space adventure cobra“).
 
4. o fim da neutralidade da internet é um daqueles assuntos em que eu sinto que devo comentar sobre. mas comentar o que? nunca vi um único usuário ser a favor de ser sacaneado e ter menos acesso, além de sentir se na mão de uns imbecis cheios da grana.
 
5, assim é. um bar fecha a rua com ajuda da polícia militar vira e mexe. os motoristas nunca sabem e de qualquer forma tem de pegar os passageiros e depois dar ré. a rota é tortuosa, e às vezes erra-se a curva. há sempre resmungos. no ponto, a 3 anos o teto rachou e desde então vai se deteriorando. as pessoas olham pra cima preocupadas, se e se escondem do sol do outro lado da rua. e resmungam. quando o ônibus para fora do ponto, em uma chuva do tipo “inunda rua”, a mulher grita ao motorista pra aproximar da calçada. ele finge que não ouviu. espera ela descer, só que ela não desce, então ele vai pro próximo ponto e para igualmente na rua. ela vai ficar imensamente encharcada. é uma senhora já idosa. a opinião se divide. mas ela quer o quê também, isso não é um taxi. às vezes eu acho tudo isso ofensivo. às vezes eu intervenho, vou até o motorista, argumento com os passageiros, ligo pra bhtrans pelo ponto. felizmente, há ainda antropologia. mas é cansativo.
 
6. domingo em belo horizonte e eu, por indocrinação paulista, procuro em vão uma cafeteria aberta. não há. não porque eu esteja em bairros afastados. não estou. a realidade vence a vontade. não deixo de ecoar um desprezo pelo suposto nível civilizatório inferior que isso indica a alguém cujo convite “vamos nos encontrar lá no café” é um exemplo de “pura ideologia”.

postado em 9 de janeiro de 2018, categoria comentários, crônicas : , , , , , , , , , , , , ,

uma gata antes da morte

eu estava em foz do iguaçu, a ministrar uma oficina de edição de som na unila. então, soube depois. leucemia. antes, entretanto, comportamento louco: após anos sem caçar, pega 2 lagartixas e as come, na minha frente, muito magra mas ágil. esconde-se num banheiro úmido. sabendo o tamanho da bronca, dorme 3 vezes em cima das minhas malas, no quarto. urina num recipiente de plástico jogado no jardim. espera secar um pouco; deita-se em cima. faz tempo que não baba. é outra pessoa. ou vê fantasmas da juventude que não conheci. descanse em paz, mel.


postado em 5 de janeiro de 2018, categoria crônicas : , , , , ,

trabalhador é cão: depoimento

como era dia das crianças e einstein é pura molecagem, recebi e usei sua máscara. na parte da frente, uma língua à mostra. atrás, fortuitamente, um depoimento sobre o tempo: “a distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente”. a tragédia pois, é ilusória (dizia simone weil, apud collor: “todas as tragédias que se podem imaginar, reduzem-se, a uma mesma e única tragédia: o transcorrer do tempo”). eu tinha uma camiseta da palestina na bolsa, bem intifada, comprada no al janiah, estabelecimento que possui o melhor doce de pistache do mundo; coloquei-a, uma espingarda da qual brotava a árvore da paz, com um dito que creio ser “o que foi tomado à força, será retomado à força”. de qualquer forma, o cargo da presidência de israel seria pró-forma, e o velho físico o recusou. sentado, com sono, pesquei algumas vezes. terminado o trabalho, 1 hora depois, percebi como as posições das obras na instalação eram coerentes entre si. liberado, agachei-me em uma posição incômoda, subalterna e na verdade, humilhante, para enfiar minha cabeça no buraco presidencial. o próximo trabalhador já estava lá, com um surreal tênis branco, acompanhado de um óculos de realidade virtual, daqueles em que se acoplam celulares.

tudo isso foi no oi futuro flamengo, festival multiplicidade 2025. participei como contratado na instalação do grupo manifestação pacífica. somaram-se à hora sentado na cadeira as 20 horas necessárias para editar os votos da câmara dos deputados quando do impeachment. pelas minhas 21 horas de trabalho, recebi r$89,46, o pior montante por hora da minha vida. a causa era nobre, diziam: ganhar o mesmo honorário que um indivíduo que ao final de um mês, recebe o seu mínimo.


postado em 15 de outubro de 2017, categoria crônicas : , , , , , , , , , , , , , , , ,

vida social, julho-agosto 2017

1. #pokemonparanoia

2. “o que é o alfabeto para você?”

3. #365diasdesexo

4. “tudo dá pra definir. mas definir nunca é fixar, porque a mente não é um papel.”

5. “contata improvisa vai descendo até o chão”

6. “primeiro, lavar a louça. depois comer. aí então cozinhar.”

***

* a epilepsia foto sensível é extremamente rara, mas há um prazer de colocar avisos – é como se você tivesse poder, como se pudesse realmente causar algo violento; * com matheus preto albatroz dutra e/ou – chegamos à conclusão que não concordamos; * não lembro o conteúdo real da frase da maria caram, mas me pareceu um bom projeto para um quarentão desocupado; * imagino a renata campos pensando com essa cara :s, o seguinte: “obrigado iwao, que explicação linda”; * lembrei dessa canção de 2003 esses dias – juliana frança, que talvez a tenha inventado, curtiu no face, mas duvido que pratique; * paródia de um suposto provérbio japonês contado por eizaburo, meu vô: “de manhã planeja, de tarde trabalha, de noite descansa”.


postado em 10 de setembro de 2017, categoria crônicas : , , , , , , ,

crônica util

bem, seu cartão não passa e então deve comprar passagens na hora, para chegar em BH antes das 17h30 na loja a qual seu computador encontra-se em manutenção. na noite do sábado ninguém comprou nada, então ok, mas às 7h30 da manhã da segunda já não há mais cometas, apenas um util 9h (união transporte interestadual de luxo s/a nove horas) que resolve cobrar 35% a mais pelo fato de não haver cometas.
 
é o rio de janeiro, então a passagem de volta já é 40 e tantos por cento mais cara, devido a (tarifas municipais?). serto. o ônibus é executivo, porém o que é “executivo hoje em dia, não?” podemos dizer que um convencional seja executivo, se quisermos. “podemos” (e não nos dar o trabalho de repor os copinhos de água no frigobar do translado). e no site constava a miraculosa chegada às 15h. ora(s). perfeito, só que não, porque chegou após o ônibus de mesmo horário da viação competidora. não que eu morra de amores por ela, mas tive de correr para pegar o metrô e o computador do qual escrevo agora.

postado em 19 de junho de 2017, categoria crônicas : , , , , , ,

nove verdades e uma mentira

1. ao nascer, dormi por praticamente 2 anos. minha mãe tinha de verificar se eu estava vivo ou presente, de quando em quando. alguns anos depois, sofri de terror noturno e tive pesadelos todo dia durante 6 meses, além de sonambulismo (subia e descia as escadas correndo). meu pesadelo predileto era subir a escada em espiral de uma torre, sem nunca chegar a lugar algum.

2. aos 2 anos de idade cai de um fosse de teatro de 3 metros, batendo a orelha. as tias gostam de contar a história de como meu vô heroicamente me socorreu, saltando em seguida no abismo. o causo poderia facilmente recair sobre alguma história de como o mesmo vô perdeu um primo, ou na discussão sobre saber se ele ficava 1 hora de ponta cabeça para depois poder beber, ou se por beber, ele ficava 1 hora de ponta de cabeça para recuperar-se.

3. na quinta série comecei a escrever uma história de aventura fantástica cujo personagem principal chamava-se vrum, que seria repleta de intrigas palacianas e poderes mágicos, como uma fusão de x-men, cybercops e literatura juvenil como berenice detetive e outros de joão carlos marinho. um dos fatos marcantes na minha vida emocional foi perceber que eu não era tão talentoso ao entender que nunca a terminaria. o mesmo se deu quando comecei a escrever um concerto para piano quando da oitava série. talvez a demora para lançar as coleções digitais tenha secretamente alguma ligação com isso.

4. meu ódio por cigarro era tão grande que eu expulsava colegas dos meus pais não apenas de dentro da casa mas da parte coberta da garagem, com 8 anos. anos depois namorei uma fumante. depois descobri que diferentes linguas absorvem diferentemente diferentes cigarros, mas sem cigarro é sempre bem melhor. uma das minhas primeiras formulações da ideia de que o mundo está tão bom quanto pode ser foi devido a essa aversão (inteiramente justificada).

5. sempre tive um lado romântico (lê-se: imaturo). uma vez, arrasado, no corredor da entrada do curso de dança da unicamp, acabei enfiando um estilete na minha perna direita. apesar de ter ficado pendurado, o corte foi plenamente irrelevante. frequentei bastante esse local, mas não tive meus 3 meses de aulas de balé clássico aí. quando cursei 1 ano de moderno, holly cravell disse “let the fingers walk”. há um desenho de um telefone com esses dizeres no meu quarto, dentro de uma pasta.

6. passei anos inteiros sem derramar uma sequer lágrima. lembro de algumas das vezes que chorei, como quando na escola, ao saber que minha vô yolanda tinha falecido. a vez que mais chorei foi em 2016. tinha pego dengue, mas era um dia apenas de fadiga e rede. foi um dos melhores dias da minha vida: como finalmente poder expressar uma imensa fragilidade. estava lendo “o chamado da selva”, de jack london, um livro sobre um cão.

7. aos 13 anos fui vice-campeão da copa nescau de hokey in-line, jogando pela ponte preta no limits. uma vez sonhei que conseguia fazer um “score” no goleiro do são paulo. na final do campeonato paulista perdi a oportunidade. me contundi seriamente em um treino e com o braço enfaixado, recusei a viajar com os colegas na formatura da oitava série. passei pelo menos os próximos 20 anos com inflamações nos pulsos, e já me foi indicado que teria artrose precoce mais de uma vez. quando minha família foi à espanha, preferi ficar lendo, em casa.

8. no dia 06 de junho de 2006 mandei imprimir 666 cópias de um texto contendo 66 nomes para o diabo, usando uma impressora remota no mesmo prédio que o departamento de plasmas. como a obra consistia apenas na ação, nunca fui buscar o papel, mas fui descoberto e o diretor do instituto no qual estudava me forçou a pagar uma multa. por um erro de configuração de página, seriam R$74 pois 740 delas. aquilo era impensável, de modo que paguei apenas a quantidade correta, com 6 notas de R$10, 6 de R$1 e 6 moedas de dez centavos. colei na porta do auditório uma nota explicativa. ninguém deu muita bola, mas de alguma forma eu e mário del nunzio conseguimos convencer a nossa turma a eleger maurício florence como paraninfo. demos um cachimbo e um livro do sherlock holmes como presente. ainda me orgulho dos meus presentes.

9. eu tive uma fase rosa, tal como picasso, mas infinitamente mais sem talento. nunca tive paciência alguma para a pintura, e quando criança me recusava a sujar minhas mãos, o que poderia me explicar meu amor por glenn gould. mas já fui fanático por “all overs” (tanto quanto por william blake ou por kafka, o qual queimei todos os livros que tinha em uma fogueira, junto a vinis do miles davies). da minha coleção de 70 bichos de pelúcia, o que mais gostava era preto, mas o bicho mais importante não.

10. uma vez eu defini minha música composta como “complicada mas não complexa”. quando jogava magic the gathering meu baralho tinha basicamente a função de matar de tédio o oponente, com stasis e às vezes alguma criatura trambolhenta como taniwha. basicamente eu tinha reinventado o turbo stasis mas querendo puxar o freio de mão. entretanto, sempre detestei jogos inerentemente lentos, como war e nunca joguei xadrez bem. quando finalmente me encantei pela música, parei de jogar videogame, achando a partir dali aquilo muito entediante. esportes competitivos também perderam todo seu charme agonístico.


postado em 21 de abril de 2017, categoria crônicas : , , , , , , , , , , , ,

ciranda do globo

lançaram um jornal do globo (falso) no qual o editorial reclama de um suposto jornal falso do globo (inexistente), expondo assim toda a ideologia do verdadeiro globo (não publicado).


postado em 2 de abril de 2017, categoria comentários, crônicas : , , , ,